JULGAMENTOS HISTÓRICOS PARTE II – O JULGAMENTO DE JOANA D’ARC

Uma heroína que guiou a França durante a Guerra dos Cem Anos, travada contra a Inglaterra, e mesmo após seus grandes feitos, foi capturada e traída com o apoio do próprio povo. Sim, estamos falando de Joana d’Arc, um exemplo clássico de protagonismo feminino que não foi aceito pela sociedade. Sua importância não nos permite deixá-la de lado na nossa série JULGAMENTOS HISTÓRICOS, afinal, seu caso é de grande relevância.

Se você perdeu a primeira parte da série, é só CLICAR AQUI. Nele falamos sobre um dos maiores erros jurídicos da história, o caso de Jesus Cristo.

Quem foi Joana d’Arc?

Desde jovem, Joana dizia ouvir vozes de anjos que diziam a instruíam a lutar por seu país, libertando-o das mãos da Inglaterra e defendendo o seu então rei, Carlos VII. Apesar de não saber ler nem escrever, sua lealdade e força foi imprescindível para que o país tivesse avanços na guerra que durou mais de cento e quinze anos, com início em 1337 e fim apenas em 1453.

O momento em que Joana embarca nesta revolução é a partir de 1429, quando decide seguir a voz que a dizia para expulsar os ingleses do território, este que já possuía domínios bem reduzidos por conta do domínio da outra potência.

Joana se apresentou à corte de do rei Carlos VII com a ajuda do capitão Robert de Baudricourt, também convencido pela força destemida de d’Arc. Lá, a jovem surpreende e lhe é concedida a confiança do rei. É naquele espaço que a nova guerreira começa a fazer história.

“Em nome de Deus, sois vós o rei! Se fizeres como vou ordenar, os ingleses serão expulsos e vós sereis reconhecido por todos como rei da França.” (Joana d’Arc)

Com um pequeno exército em suas mãos, concedido pelo monarca, Joana foi até a cidade de Orléans, tomada pelos Ingleses, e os ameaçou:

“Voltai a vosso país. Deus assim o quer! O reino da França não vos cabe, mas a Carlos! Eu sou uma enviada de Deus e minha tarefa é expulsar-vos daqui! Deus me dará a força necessária para repelir vossos ataques!” (Joana d’Arc)

Foram necessários três dias de luta, mas sob o comando de d’Arc, o exército francês obteve uma de suas primeiras conquistas durante esta guerra, tomando de volta a cidade sob domínio da Inglaterra. Depois disso, foi a vez da cidade de Reims, também voltando aa fazer parte do poder da França.

E o Rei Carlos VII? Este apenas se beneficiou, pois foi graças aos feitos de Joana que conseguiu ser reconhecido como o legítimo rei da França, em 1429, na catedral de Reims.

Infelizmente, a grande heroína não ganharia todas as suas batalhas. Ao tentar libertar a cidade de Compiègne, Joana é capturada POR FRANCESES. Isso mesmo que você leu: se tratavam de franceses que apoiavam a Inglaterra e a entregaram aos inimigos.

D’Arc foi levada para um julgamento eclesiástico, mas não foi mantida em uma Igreja, como era o costume. Ao invés disso, foi enviada para uma prisão militar inglesa, lugar em que foi interrogada e diversas vezes torturada.

Crimes de Joana D’Arc

Se você está curioso para saber os motivos pelos quais a guerreira da França foi condenada, aconselho se preparar para ler alguns grandes absurdos.

A mulher foi acusada de:

  • Bruxaria
  • Heresia
  • Idolatria
  • Sortilégio
  • Invocação de demônios

Pois é, mas não acaba aí. Joana ainda foi condenada por usar roupas masculinas para batalhas e cortar os cabelos como os de um homem (padrões da época).

A guerreira não teve forças sozinha para se defender frente tais acusações, principalmente após ter sido abandonada por seu povo e seu rei, que virou às costas ao julgamento. Não houve qualquer movimento com a intenção de negociar ou libertar d’Arc de sua prisão.

O fim desta história? Como muitos já devem saber, Joana d’Arc foi condenada a pagar por seus crimes em uma fogueira, com apenas 19 anos.

É importante lembrar que muitas mulheres foram condenadas à mesma punição por conta de atos de “bruxaria”, assim como Joana. Afinal, não se era admitido mulheres com tamanha força e posicionamento.

Atualmente, é incabível misturar religião, política e sistema judiciário, mas durante muito tempo na história do nosso mundo estas esferas se mesclaram. Portanto, diversas condenações foram sustentadas em atos indentes e pecaminosos diante de Deus, argumento também utilizado durante o processo de Joana. Vale lembrar que seu julgamento contou com inúmeros teólogos da Universidade de Paris.

Por fim, vinte cinco anos após ser executada, o rei Carlos VII pediu para que a Igreja Católica revisse o processo de Joana. O órgão religioso concedeu este desejo, anulando a condenação, mas, infelizmente, era tarde demais, né?

Este é mais um dos casos que consideramos emblemáticos. Se você gostou de conhecer essa parte da História, fique de olho, pois nossa série ainda está no início. Ainda há importantes casos que serão tratados por aqui nas próximas semanas. Fique à vontade para sugerir temas e nomes a serem relatados no blog!

Até a próxima segunda-feira, pessoal!

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