QUATRO DÉCADAS DE PRISÃO INJUSTA – CONHEÇA O CASO DE CHARLES RAY FINCH, QUE PROVOU SUA INOCÊNCIA AOS 81 ANOS DE IDADE

 

Imagine passar metade de sua vida atrás das grades INJUSTAMENTE? Foi o que aconteceu com o norte-americano Charles Ray Finch. O homem passou 43 anos na prisão, condenado por um crime que não cometeu, e só conseguiu provar sua inocência quando já completava 81 anos de idade. Ele havia sido acusado de matar o dono de um posto de gasolina nos Estados Unidos. Afinal, como foi essa história e como será o futuro desse caso daqui pra frente? Vem comigo, porque no blog de hoje vou contar o episódio em detalhes.

Caso Charles Ray Finch: como tudo começou?

O suposto crime de Charles Ray Finch aconteceu no Estado da Carolina do Norte, nos EUA, em um vilarejo chamado “Black Creek”, local com pouquíssimos habitantes (cerca de 800 moradores). O assassinato ocorreu em fevereiro de 1976 e o alvo da barbaridade foi Richard Shadow Holloman, dono de um posto de gasolina e loja de conveniência no pequeno local. O homem foi morto a tiros durante uma falha tentativa de assalto no comércio.
Como tudo isso chegou a Charles?
Durante a investigação, os depoimentos dos funcionários do estabelecimento relatavam que o crime havia sido cometido por três homens negros. Segundo eles, um deles estaria vestindo um casaco e mantinha consigo uma espingarda de cano serrado. Seria essa pessoa a responsável pelo tiro que tirou a vida do comerciante. Entretanto, o momento do disparo não foi visto, apenas ouvido pela testemunha que diz ter se abaixado e ficado sob o balcão.
Charles, infelizmente, foi um dos homens revistados pelos policiais que, ao checarem seu carro, encontraram um cartucho de espingarda. Com essa informação, as autoridades levaram o homem para que o funcionário do posto de gasolina tentasse reconhece-lo ao lado de outros indivíduos. Charles foi o único que foi obrigado a se apresentar vestido com um casaco longo, assim como o próprio assassino estaria vestido na hora do crime. Com isso, Charles foi identificado pela vítima.
Daí em diante as coisas só pioraram. Durante o julgamento, diversos elementos apresentadas foram admitidos como provas contra Finch. Além de terem alegado que o cartucho encontrado no carro de Charles correspondia às cápsulas das balas encontradas na cena do assassinato, o laudo médico elaborado pelo profissional responsável pela autópsia também indicava que os ferimentos da vítima foram causados por uma espingarda. Entretanto, tal
Informação não correspondia à verdade. Anos depois, em 2013, foi provado que, ao contrário do que disseram, o tiro havia saído de uma pistola.
Além disso, Charles Ray alegava não estar no local do crime quando o mesmo aconteceu. De acordo com o homem, ele estaria, naquele momento, jogando pôquer com seus amigos. Essa alegação foi reafirmada por três testemunhas que confirmaram seu álibi.
Apesar das provas que o tiravam da cena do crime, Charles foi condenado pelo assassinato e sua punição seria a PENA DE MORTE, à época, obrigatória para crimes dessa espécie naquele Estado. Após um ano no corredor da morte, a lei estadual que estabelecia a pena capital foi declarada inconstitucional pela Suprema Corte dos Estados Unidos e a penalidade foi alterada para PRISÃO PERPÉTUA.
Se não fosse por essa mudança, Charles teria sido executado pouco tempo após o julgamento, não conseguindo provar sua inocência, o que somente veio a ocorrer décadas após.

Durante os 43 anos em que esteve encarcerado, Charles não perdeu as esperanças. Sempre negou o crime e tentou diversas vezes entrar com pedidos na Justiça para que seu caso fosse analisado novamente. Entretanto, todas as tentativas foram frustradas.

Livre aos 81 anos de idade

Em 2019, após quatro décadas privado de sua liberdade, Charles finalmente deixou a penitenciária. Com 81 anos de idade, o homem conseguiu provar sua inocência. O resultado foi fruto de um trabalho de duas décadas de estudantes voluntários do curso de Direito da Duke University, também situada na Carolina do Norte. O curso conta com acadêmicos da área debruçados em casos de condenações injustas. Graças aos seus esforços, Chales Ray Finch pode usufruir da liberdade novamente.
“Estou feliz de estar livre”, é o que Charles disse ao finalmente sair do local que o manteve preso por quase meio século.
Até os dias de hoje não foi identificado o verdadeiro culpado pelo crime que destruiu boa parte da vida de um inocente. A família do proprietário do posto de gasolina, assassinado em seu trabalho, também não obteve justiça, afinal, os reais culpada continuaram livres.

Gostou de conhecer a história de Charles Ray Flinch? Aqui no blog já contei diversos casos parecidos com este. Confira!
Conhece algum que eu ainda não citei? Aceito sugestões – é só me enviar nas redes sociais.
Até a próxima, pessoal.

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