Conheça a história de um dos crimes que mais abalaram o país
Para inaugurar o primeiro capítulo na nossa nova série “Julgamentos Históricos nos Tribunais Brasileiros”, destrincharemos o caso que envolve um nome certamente já conhecido por nosso leitor: Suzane Von Richthofen. Sim, estou falando de um dos crimes mais assustadores de nossa história. O julgamento que ficou conhecido como Caso Richthofen chocou o país em 2002 e tem repercussão até os dias de hoje, por sua tamanha crueldade e frieza. Quer saber como aconteceu a história da filha que orquestrou a morte dos próprios pais? É só vir comigo!
Como tudo começou?
A história que chocou o povo brasileiro aconteceu em outubro de 2002, em uma casa da zona sul de São Paulo. Na mansão do bairro Campo Belo, Manfred e Marísia Von Richthofen foram encontrados mortos em suas camas.
A cena que poderia protagonizar filmes de horror, contou com a presença de dois agressores. Ambos utilizaram barras de ferro para golpear o casal na cama. Entretanto, o que mais sensibilizou o público foi a hipótese de que o plano teria sido arquitetado por ninguém menos do que a filha de Marísia e Manfred, Suzane.
A primogênita tinha apenas 18 anos e estava cursando Direito quando idealizou o ato criminoso. O motivo? Os investigadores alegaram dois:
- Suzane queria usufruir da herança da família
- Marísia e Manfred não aceitavam seu novo relacionamento amoroso com Daniel Cravinhos
Para ela, ambos os problemas poderiam se resolver com o parricídio (homicídio dos pais), com o auxílio deste último, Daniel Cravinhos. Ele, além de ser uma das motivações de Suzane, também fez parte da prática criminosa, se tornando um dos agressores que tiraram a vida do casal. Além disso, o plano contou com a ajuda de seu irmão, Cristian Cravinhos.
Apesar de não se ter constatado a efetiva participação da primogênita no ato de violência, Suzane teria sido a grande mente por trás do crime, planejando como tudo seria feito. A jovem levou seu irmão mais novo, Andreas, de apenas 15 anos, para uma lan house, e abriu as portas da casa para que os “irmãos Cravinhos” entrassem e cometessem o assassinato. Ela própria subiu os andares da casa para, após contatar que os pais estavam dormindo, dar o “passe livre” para que os outros dois continuassem o plano friamente.
Já estava tudo planejado: os três cometeriam o assassinato e tentariam mudar a cena do crime tornando-a típica de um latrocínio. Reviraram o quarto do casal e levaram consigo o dinheiro que Suzane sabia que seu pai guardava consigo. A quantia se encontrava dividida em reais, dólares e euros. Depois disso, Cristian foi pago e se separou do casal, estes que foram produzir seu álibi em um motel.
Algumas horas se passaram e o casal foi buscar Andreas na lan house para então leva-lo até a casa. Lá eles encontrariam as portas abertas, induzindo a ideia de que a casa havia sido invadida. Andreas foi deixado fora de casa enquanto Daniel ligava para a polícia, solicitando uma viatura.
Entretanto, apesar de tod
os os cuidados de descartar as roupas e armas usadas no crime, o plano estava repleto de falhas e logo o trio seria descoberto.
O julgamento de Suzane e dos irmãos Cravinhos
A ideia de que o assassinato não havia sido cometido por pessoas desconhecidas começou a partir da observação da cena do crime. A mansão não apresentava sinais de arrombamento e o único cômodo revirado era o quarto do casal. Além disso, também foram utilizadas luvas e sacos plásticos da própria casa. Esses detalhes mostraram aos investigadores que os criminosos estavam familiarizados com a residência.
Outro aspecto que também denunciou o trio foi a aquisição de uma moto poucos dias depois do crime. A compra foi feita por Cristian e o pagamento foi feito em DÓLARES! O vendedor, que também acompanhava o caso pela televisão, estranhou o método de pagamento e avisou a polícia.
O excesso de tentativas de álibi foi o que mais fez a polícia suspeitar do trio. Uma delas foi o pedido de nota fiscal no motel, pedido extremamente incomum nesses estabelecimentos!
Foram diversos indícios que conduziam os policiais a não acreditar na defesa dos homicidas.
Depois de considerados suspeitos pela polícia, todas as versões narradas durante os interrogatórios apresentavam divergências entre si. Quando a pressão foi demais, o trio sucumbiu e admitiu o crime, entretanto, ainda tentavam contar histórias que os beneficiassem individualmente. Daniel alegava ser manipulado por Suzane e ela, por sua vez, dizia ter sido obrigada por seu namorado a cometer o ato.
O julgamento que assombrou o país durou seis dias e terminou com os três condenados a 39 anos de prisão, cada.
A história do caso Richthofen já foi contada em diversos documentários e ainda será estampada em um filme nacional.
Já se passaram 19 anos desde a noite em que Suzane conduziu o assassinato dos próprios pais, mas o ocorrido ainda reside na memória dos brasileiros.
Quer conhecer mais sobre grandes casos que aconteceram em território nacional? Então, fique atento, porque na semana que vem iremos relatar o caso Nardoni, no segundo capítulo da nossa série “Julgamentos Históricos nos Tribunais Brasileiros”.
Até a próxima, pessoal!