A atriz que teve a carreira brutalmente interrompida por ator da mesma novela
Já contabilizamos 29 anos desde que o crime que interrompeu a carreira e a vida de Daniella Perez aconteceu. Em 1992, a atriz, filha de Glória Perez, possuía apenas 22 anos quando foi brutalmente assassinada com 18 facadas em seu corpo, logo após deixar o estudo de gravação da novela em que trabalhava. O culpado? Seu colega de trabalho Guilherme de Pádua e sua esposa Paula Nogueira Thomaz. Quer saber como isso aconteceu? Leia aqui o terceiro capítulo da nossa série JULGAMENTOS HISTÓRICOS NOS TRIBUNAIS BRASILEIROS.
Quem era Daniella Perez?
Daniella Ferrante Perez Fazzola era filha de uma das maiores figuras do mundo da televisão brasileira, Glória Perez. A garota teria uma bela carreira como atriz e dançarina pela frente. Infelizmente, seus planos e sua jornada profissional foram destruídos, logo na segunda novela que participou.
Em seu primeiro trabalho na TV brasileira, Daniella conheceu seu futuro marido, Raul Gazzolla, casando-se em 1990, ano em que foi convidada para participar de “Barriga de Aluguel”, novela da Rede Globo, realizada pela própria mãe.
Entretanto, foi no grande destaque “De Corpo e Alma”, transmitida pela mesma emissora, que Daniella teve seu auge como atriz – e também o fim de sua vida.
À ocasião, a jovem foi eleita “a namoradinha do Brasil” pelas publicações televisivas semanais.
O crime que matou Daniella Perez
Guilherme Pádua, ator e par romântico de Daniella naquela produção, junto de sua esposa, Paula Nogueira Thomaz, foram os responsáveis por matar Perez.
O ato aconteceu após uma das gravações, quando Daniella estava a caminho de casa. Ela foi deixada inconsciente por Guilherme próximo a um posto de gasolina e colocada no banco traseiro do carro com o auxílio de Paula. Desacordada, foi conduzida a um matagal, no bairro carioca Barra da Tijuca. Lá, ainda desmaiada, Daniella foi assassinada com 18 facadas. De acordo com a autópsia realizada, seu pescoço, pulmão e coração foram atingidos pelos golpes.
A cena brutal, a exemplo de inúmeros crimes dessa estirpe, teve motivo passional. Guilherme de Pádua afirmava se sentir prejudicado por Daniella nas gravações da novela, pois seu tempo de tela teria sido reduzido na última semana. Por conta disso, antes de ser assassinada, Daniella sofreu diversas pressões por parte do ex-colega de trabalho para que ela usasse a conexão com a mãe, autora da novela, aumentando a participação de Guilherme nas cenas. Além disso, Paula não gostava de Daniella, pois sentia ciúmes da atriz com o seu marido, já que ambos formavam um par romântico na trama.
Esses dois motivos levaram o casal a assassinar Daniella.
Depois do ato bárbaro que cometeram contra a atriz, ambos foram a um posto de gasolina solicitando uma limpeza no veículo, a fim de eliminar os vestígios do crime. Paula retornou à sua residência para descansar, pois estava grávida de quatro meses, e Guilherme foi caminhar na praia, perto do mar, onde a polícia acredita que a arma do crime foi descartada.
Após a notícia do assassinato da atriz ter se alastrado pelo país e estampado as primeiras páginas dos jornais, o corpo de Daniella foi velado, homenagem que contou com a presença de um dos seus assassinos. Isso mesmo, Guilherme compareceu ao velório e fingiu comoção pelo acontecido. Entretanto, no mesmo dia, o casal confessou o crime aos investigadores. Isso aconteceu porque receberam a informação de que a placa do carro que usaram havia sido alvo de suspeita de um advogado que passava por perto durante o local e a hora do crime. O homem anotou os números durante a noite e relatou aos policiais, estes que foram averiguar e encontraram o carro com o corpo de Daniella.
A polícia depois descobriu que se tratava de um crime premeditado, pois a placa do veículo de Guilherme foi trocada logo após a data da morte de Daniella.
O casal foi preso e condenado por homicídio qualificado. Guilherme de Pádua teve sua pena decidida em janeiro de 1997, quatro anos após o crime, precisando cumprir mais 14 anos em reclusão. Já Paula Thomaz foi condenada quatro meses depois, em maio, a 15 anos. Em 1999, depois de terem cumprido sete anos de cadeia, ambos foram libertados.
Na época em que aconteceu, os homicídios qualificados não eram enquadrados como crimes hediondos, razão pela qual as condenações não foram rígidas. Entretanto, o assassinato de Daniella Perez foi um marco para que isso mudasse. Sua mãe, Glória Perez, liderou um movimento e reuniu 1,3 milhão de assinaturas para que um projeto de lei incluísse os homicídios qualificados na lista de crimes hediondos.
A proposta foi aprovada e assinada pelo então Presidente da República, Itamar Franco. Entretanto, infelizmente, a nova legislação não pôde alterar as decisões e penas dadas no caso de Daniella, valendo apenas para os crimes ocorridos após os novos termos.
Que acharam da história de Daniella Perez? Fique ligado, pois aqui no blog já contamos as histórias de Suzane Von Richthofen e Isabella Nardoni, casos muito famosos no Brasil.
Quer sugerir algum caso? Pode me chamar aqui ou nas minhas redes sociais.
Até a próxima, pessoal!