Marcos e Elize Matsunaga, o casamento que terminou como filme de terror
Marcos Matsunaga, dono da famosa empresa de produtos alimentícios Yoki, foi alvo de um dos crimes mais macabros das últimas décadas. Conheça sua história, no quinto capítulo da série “Julgamentos Históricos nos Tribunais Brasileiros”.
O “conto de fadas”
Tudo começou em 2004, quando Elize e Marcos se conheceram. Na época, ela trabalhava como garota de programa para conseguir pagar os estudos de enfermagem. Foi durante seu trabalho que conheceu um dos proprietários da empresa Yoki. O relacionamento evoluiu e, após três anos como amantes, Marcos se divorciou da esposa, anunciando o casamento com Elize.
A união foi lamentável desde o início. Elize relata que era ameaçada diversas vezes pelo empresário durante os anos em que ficaram juntos. De acordo com sua narrativa, Marcos sempre fazia questão de ressaltar que, sem ele, ela ainda estaria nas ruas. Durante as brigas, dizia que a deixaria sem nada novamente, e até mesmo retiraria de sua guarda a filha do casal.
O motivo da maiorias das brigas era a desconfiança de Elize. Ela acreditava estar sendo traída pelo marido. Infelizmente, Elize não estava errada, e o relacionamento entre ambos caminhava para um possível fim, quando Marcos voltou atrás e prometeu nunca mais cometer o mesmo erro. Entretanto, não foi isso o que aconteceu.
O início do filme de terror
A suspeita de que Marcos havia iniciado outra relação rondava a cabeça de Elize. A solução que encontrou foi procurar a ajuda de um detetive particular. As respostas foram entregues em suas mãos, quando estava em viagem à casa de sua mãe. O profissional lhe entregou imagens que mostravam seu marido acompanhado de outra mulher em um restaurante de luxo, o mesmo que ele frequentava com Elize.
Quando voltou de viagem, no dia 19 de maio de 2012, Elize o confrontou sobre a descoberta da nova traição e ameaçou deixá-lo. Durante a discussão, ela relata que foi a primeira vez que foi agredida fisicamente por Marcos.
Após a briga daquela noite, o empresário saiu de casa para buscar uma pizza e, quando voltou, Elize já o esperava com uma arma em mãos, objeto que foi presente do próprio marido. Neste momento, Marcos foi atingido por uma bala na cabeça. Sem saber o que fazer com o corpo, Elize decidiu que, para se livrar das provas não ser separada de sua filha, deveria esconder o corpo de Matsunaga.
Marcos foi esquartejado em seis partes e colocado em três malas, estas que seriam levadas por Elize até uma rodovia abandonada na cidade de Cotia, em SP.
As investigações apontam que a filha de um ano do casal estava dormindo no mesmo apartamento em que a cena acontece.
Investigação e Julgamento
O corpo de Marcos Matsunaga foi encontrado no dia 23 de maio de 2012 e, em 4 de junho, identificado, pois até este momento era dado como desaparecido. Logo no início da investigação, Elize foi apontada como suspeita. A enfermeira não demorou muito para confessar o que havia feito.
Elize permaneceu presa preventivamente até o dia de seu julgamento, em dezembro de 2016, que a considerou culpada por homicídio triplamente qualificado (por motivo torpe, crueldade e sem chances de defesa da vítima), destruição de provas e ocultação de cadáver. Essas qualificadoras agravaram sua pena, terminando com a condenação de 19 anos e 11 meses de prisão. Atualmente, Elize ainda está em regime fechado no mesmo local em que se encontram mulheres que também protagonizaram crimes famosos como Suzane Von Richthofen e Anna Carolina Jatobá (“Caso Nardoni” – já contamos as histórias desses dois crimes aqui no blog – é só dar uma olhada no site!).
O episódio foi extremamente repercutido no país e até hoje não saiu da memória dos brasileiros. Por tamanha fama, o “caso Yoki” foi objeto de um documentário, protagonizado pela própria Elize Matsunaga, mostrando relatos inéditos da enfermeira.
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Até a próxima, pessoal!